segunda-feira, 6 de abril de 2009

(Re)Descobrir a Natureza e... os Livros

Chegada a Primavera, com os seus dias solarengos e cores alegres, apetece sair de casa e apreciar a natureza. Situada no Parque Natural da Serra de São Mamede, como se sabe, a vila de Marvão é conhecida pela sua grande beleza paisagística e inúmeros valores naturais. Bem perto de Marvão existe uma pequena localidade, Galegos, menos conhecida mas que oferece um percurso pedestre muito agradável.
Placa informativa no Largo da Ponte, em Galegos
Sinalização ao longo de todo o percurso
A beleza da zona
Marvão lá ao longe

E porque o acto de pensar/viver a natureza impõe uma reflexão sobre a sua conservação e valor, aqui deixamos uma história datada de 1964 e que vem mesmo a propósito. "The Giving Tree", de Shel Silverstein (ou "A Árvore Generosa" em português). O filme, encontrado no You Tube, tem a particularidade de ser narrado pelo próprio autor.

A Árvore Generosa, de Shel Silverstein

Era uma vez uma Árvore que amava um Menino.

E todos os dias o Menino vinha e juntava as suas folhas, com elas fazia coroas de rei e brincava ao rei da floresta. Subia ao tronco grosso da Árvore e balançava-se nos seus ramos. Comia os suas maçãs, brincava às escondidas e, quando ficava cansado, o Menino dormia à sombra da Árvore.

O Menino amava profundamente a Árvore e ela era feliz.

Mas o tempo passou e o Menino cresceu. A Árvore ficava esquecida... sozinha.

Um dia o Menino voltou e a Árvore disse: "Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos, comer maçãs e repousar à minha sombra!"

"Estou grande demais para brincar", respondeu o Menino. "Quero comprar coisas e divertir-me. Quero dinheiro. Tens algum dinheiro que me possas oferecer?"

"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro. Só tenho folhas e maçãs. Mas leva as minhas maçãs, Menino. Vai vendê-las na cidade, então terás o dinheiro e serás feliz!"

E assim o Menino juntou as maçãs e levou-as. E a Árvore ficou feliz!

Mas o Menino ficou longe por muito tempo... E a Árvore ficou triste.

Um dia, o Menino voltou e a Árvore estremeceu de alegria. E disse: "Vem, Menino, vem subir no meu tronco, balançar nos meus galhos e diverte-te".

"Estou muito ocupado para subir em Árvores", disse o menino. "Preciso de uma casa. Eu quero uma esposa e quero ter filhos, por isso preciso de uma casa. Podes dar-me uma casa?"

"Eu não tenho casa", disse a Árvore. "A floresta é a minha casa. Mas podes cortar os meus ramos e construir uma casa."

O Menino cortou os ramos da Árvore e levou-os para fazer uma casa. E a Árvore ficou feliz!

Mas o Menino ficou longe por um muito, muito tempo e, quando voltou, a Árvore ficou tão feliz que mal podia falar.

"Vem, Menino", sussurrou, "Vem, brinca e diverte-te outra vez!"

"Estou demasiado velho e triste para brincar", disse o Menino. "A vida não é divertida... Eu quero um barco que me leve para longe. Podes dar-me um barco?"

"Eu não tenho um barco", disse a Árvore. "Mas... Podes cortar o meu tronco, fazer um barco, navegar para longe e ser feliz".

O Menino cortou o tronco, fez um barco e viajou. E a Árvore ficou feliz, mas não muito!

Muito tempo depois, o Menino voltou.

"Desculpa, Menino", disse a Árvore. "Não tenho mais nada pra te oferecer. Já não tenho maçãs."

"Os meus dentes estão fracos demais para maçãs", falou o Menino.

"Já não tenho ramos", disse a Árvore. "Não podes balançar neles."

"Estou muito velho para balançar nos ramos", disse o menino.

"Já não tenho tronco", disse a Árvore. "Não podes subir..."

"Estou demasiado cansado para subir", disse o Menino.

"Desculpa", disse a Árvore. "Eu gostaria de ter qualquer coisa pra te oferecer. Mas nada me resta, sou apenas um velho toco. Desculpa..."

Já não preciso de muita coisa", disse o Menino, "só um lugar sossegado para me sentar e descansar. Estou muito cansado."

"Pois bem", respondeu a Árvore, endireitando-se o quanto podia, "um toco é muito útil para sentar e descansar. Vem, Menino, vem sentar-te. Senta-te e descansa."

Foi o que o Menino fez. E a Árvore ficou feliz!

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