quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


A adolescência é, para muitos dos nossos alunos, um período de dúvidas, de angústia, de incompreensão. É um momento da vida em que sentem que tudo está “de pernas para o ar”. E nós, adultos, temos também, e com alguma frequência, o mesmo sentimento, apesar de ser por outros motivos. Portanto, aqui ficam dois poemas de duas gerações diferentes da mesma família: a Neuza Saldanha, adolescente de 14 anos a frequentar o 8º ano e o Sr. Francisco Saldanha, o seu avô.



A Vida de pernas para o Ar


Se a vida
Fosse vivida
De pernas para o ar
A esta hora
Já estava eu a chorar.

Pois com a vida
Virada de pernas para o ar
Só tínhamos uma ida
E nunca mais
Havíamos de voltar.

Com a vida
Virada do avesso,
Nesse trajecto de ida
Teríamos que encontrar
Um atravesso.

Porém, nunca ninguém
Pelo menos que eu conheça!
Escolheu esse caminho.
O tal, o citado…
Atravesso.

Se alguma vez
Alguém o encontrar
Será um maltês
Talvez a assobiar…
E com a vida
De pernas para o ar.


Neuza Saldanha


A Vida de pernas para o ar
(versão de Francisco Saldanha)


I
É tão bom viver a vida
Com amor ou sem amar
Quer deitado ou em pé
E até de pernas para o ar.

II
A vida é muito boa,
Quando não seja ingrata.
Vivemo-la sem parar,
Mesmo de pernas para o ar.

III
Todos temos a nossa vida,
Para uns boa, para outros má.
Uns vivem com alegria
E outros vivem a chorar

IV
A vida é uma passagem,
Que nós temos neste planeta.
Quando chega o último dia,
Lá vamos nós pr’ó maneta.

V
A cantar e a sorrir,
Outras vezes a chorar.
Cá se vai levando a vida,
Mesmo de pernas para o ar.

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