A partir das 21 horas do dia 10 de Outubro, juntamente com as professoras Fernanda Fernandes e Paula Morgado, a Andreia, a Cátia, a Celia, o Filipe, o Frederico, o Joel, a Laura, a Mafalda e o Marco ouviram vários textos lidos por outros convidados e declamaram um engraçado poema de Manuel António Pina:
HISTÓRIA DE UMA CONTA DE SOMAR
Uma conta de somar
Sensível às coisas belas
Pôs-se a contar as estrelas
Numa noite de luar.
Estava ela a olhar o céu
Somando infinitamente
Quando uma estrela cadente
Luziu e desapareceu…
Não estava a conta a contar!
Que fazer? Passar à frente?
Contá-la? Não a contar?
Fazer de conta que não
Se dera conta de nada?
Mas, e depois, a adição?
Não daria conta errada?
E quando ela fosse dar
Contas à prova dos nove?
Ia a prova acreditar
Em parcelas que se movem?
E a conta achou-se a contas
Contemplando o céu sereno
Com um problema terreno
Difícil de resolver.
A solução que encontrou
Foi terra-a-terra também:
Quando um problema não tem
Solução já se solucionou…
E, contas feitas, a conta
Decidiu fazer de conta…
Estava a contar estrelas,
Não a tomar conta delas!
Fingiu, pois, que não deu conta
Da escapadela da estrela,
Afinal a vida dela
Não era da sua conta!
Só que enquanto fazia
Tais contas à conta dela
A manhã amanhecia
E apagavam-se as estrelas.
Nasceu o sol, fez-se dia,
E o quadro negro do céu
Aonde a conta fazia
Contas desapareceu…
Nunca antes uma conta
Teve tanto que contar
Como a conta de somar
Que quis contar as estrelas!
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